Tremores de terra assustam moradores de cidade do interior de Minas Gerais: “Estava deitada, o susto foi grande”

Quatro tremores de terra foram detectados no prazo de 24 horas na cidade de Frutal (MG)

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Alex Santos
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Tremores de terra assustam moradores de cidade do interior de Minas Gerais: “Estava deitada, o susto foi grande”
Os sismos tiveram início na noite do dia 27 de março, quando foi registrado o maior tremor - Divulgação/RSBR

Quatro tremores de terra foram detectados no prazo de 24 horas na cidade de Frutal, no interior do estado de Minas Gerais. O município possui cerca de 60 mil moradores, segundo dados do IBGE, e fica a cerca de 270 km de Santa Fé do Sul (SP).

Os sismos tiveram início na noite do dia 27 de março, quando foi registrado o maior tremor, de magnitude 2.6 na escala Richter, e ocorreram até a manhã do dia 28 de março.

O primeiro abalo de magnitude 2.6, ocorreu no dia 27 de março, às 23h09; poucos minutos depois, às 23h16, outro abalo de magnitude 2.3 na escala Richter foi detectado.

No começo da manhã do 28 de março também ocorreram dois abalos sísmicos, com o primeiro registro, às 5h12, de magnitude 2.2; e o último, às 07h35, de magnitude 2.5 na escala Richter.

O abalo sísmico do interior de Minas Gerais foi registrado pelas estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) e, analisados pelo Observatório Sismológico da UnB.

Apesar da baixa magnitude, moradores da região relatam por meio das redes, terem sentindo os efeitos do abalo sísmico, como tremores.

“Aqui na minha casa, nessa madrugada, a gente escutou uns barulhos. A gente foi ver a cerâmica da parede da cozinha se soltando”, relatou Cristiane Silva.

“Dessa vez escutei a janela vibrando bem na hora de ir trabalhar, até estranhei, achei que fosse aquele rolo de prensar o asfalto, mas não era, pois estava de madrugada”, disse Érica Tiago Alves.

A moradora Denise Jeremias Alves relatou que se assustou e confundiu o tremor com o funcionamento de um Rolo Copactador. “Eu estava deitada no sofá o susto foi grande, levantei achei q era um ‘rolete de asfalto”.

Já Célia Oliveira Luz disse que os tremores são comuns no município. “Está assim há muito tempo. São horríveis, já senti muitos”, comentou.

A prefeitura não divulgou, até o momento, nenhum tipo de dano relacionado ao fenômeno natural.

Mais tremores

Um tremor de terra magnitude 2.1 na escala Richter ocorreu no município de Frutal (MG), no dia 25 de fevereiro de 2024, às 20h44.

Em fevereiro, as estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) já registraram três tremores de terra no município mineiro, todos de baixa magnitude. O último, antes deste, ocorreu no dia 23, com magnitude 2.6 mR

Tremores são comuns no Brasil

Segundo especialistas da RSBR, os tremores de baixa magnitude são relativamente comuns no Brasil. Em geral, na maioria dos casos, esses sismos são causados por pressões geológicas movimentando pequenas fraturas na crosta terrestre, sem riscos estruturais ou danos às populações locais.

No histórico do estado de São Paulo, o último tremor de terra registrado ocorreu em Monte Azul Paulista, no dia 19 de setembro de 2023. A magnitude do sismo foi de 2,2 graus na escala Richter.

Escala Richter

A Escala Richter serve para verificar a magnitude de um tremor de terra por meio da medição das ondas liberadas pelo sismo em seu ponto de origem. O cálculo da Escala Richter é feito por meio da utilização de sismógrafos, que indicam a magnitude de um tremor de terra.

A Escala Richter inicia-se no valor zero e vai até o infinito, mas nunca foram registrados tremores de terra superiores aos dez graus de magnitude no planeta. Enquanto a Escala Richter mede a magnitude de um terremoto, a Escala Mercalli avalia a intensidade, por meio da observação dos impactos gerados pelos tremores de terra.

Sobre a RSBR

A Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), coordenada pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), é a organização pública responsável por monitorar a sismicidade do território nacional, através de suas quase 100 estações sismográficas espalhadas pelo país, fornecendo dados essenciais para a compreensão da atividade sísmica e da estrutura interna da Terra.

As estações são operadas pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obsis/UnB), Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN) e Observatório Nacional (ON).