Santa Fé do Sul encerrou o ano de 2024 com 2.299 casos notificados de dengue, dos quais 942 foram confirmados como positivos. Nos primeiros 10 dias de 2025, o município já registrou 211 novas notificações, com 72 casos confirmados da doença, os dados são da Vigilância Epidemiológica do município.

De acordo com Valéria Campoi, coordenadora da Vigilância Epidemiológica, um óbito está em investigação para verificar se foi causado pela dengue. No entanto, ela explicou que a confirmação depende de uma análise técnica conduzida pelo Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) de Jales. “Não podemos afirmar ou descartar nada sem os exames confirmatórios, que passam por uma avaliação detalhada”, destacou.

A investigação inclui a análise de todos os documentos e exames realizados pelo paciente, que são enviados ao GVE para uma avaliação criteriosa. O objetivo, segundo a coordenadora, é identificar possíveis melhorias nos protocolos de atendimento e na resposta ao aumento dos casos de dengue no município.

Sorotipo 2

Após mais de 15 anos sem registro, o vírus da dengue tipo 2 voltou a circular em Santa Fé do Sul, tornando grande parte da população suscetível à infecção. Segundo a Vigilância Epidemiológica, amostras coletadas de pacientes até o terceiro dia de sintomas confirmaram o sorotipo no município. Além disso, outros municípios da região já registraram casos do tipo 3, o que demonstra a presença de múltiplos sorotipos na área.

Em reunião recente, autoridades de saúde destacaram a preocupação com o próximo período epidemiológico, quando existe a possibilidade de circulação simultânea dos quatro sorotipos da dengue. Isso aumenta o risco de infecções sucessivas, que podem levar a quadros mais graves. “Por exemplo, uma pessoa que já teve dengue tipo 2 pode ser infectada pelo tipo 3 ou outro sorotipo, elevando a chance de complicações”, explicou Valéria Campoi.

Além disso, foi observado que os casos atuais de dengue apresentam sintomas mais intensos. “A população está mais vulnerável e tem reagido de forma mais severa à doença”, alertou.

A Vigilância Epidemiológica reforça a importância de que a população procure assistência médica ao primeiro sinal de sintomas da dengue, como febre alta, dores no corpo, dor de cabeça e manchas vermelhas na pele. O acompanhamento precoce é fundamental para evitar complicações graves e permitir uma notificação precisa dos casos.

Combate aos focos de dengue

A Prefeitura de Santa Fé do Sul deu início nesta segunda-feira, dia 13, a uma nova campanha de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. A ação, que vai até o dia 21 de janeiro, será realizada em etapas, abrangendo quatro setores da cidade.

No primeiro dia de cada setor, será feita a limpeza das áreas, enquanto o segundo dia será reservado para a nebulização, realizada no início da manhã e ao entardecer, com o objetivo de eliminar mosquitos adultos.

Nesta campanha, os moradores são responsáveis por identificar e eliminar possíveis criadouros do mosquito. Materiais como garrafas, pneus e outros objetos que possam acumular água devem ser colocados na rua, mas não nas calçadas, para serem recolhidos.

Entretanto, a coleta será restrita a criadouros do Aedes aegypti, não incluindo entulhos de construção, galhos ou outros resíduos, conforme destacou Valéria Campoi, responsável pela Vigilância Sanitária do município.

A Prefeitura reforça a importância da colaboração da população para o sucesso da campanha, especialmente em um período em que a dengue tem apresentado aumento de casos na região.