A Prefeitura de Santa Fé do Sul declarou, nesta quarta-feira (15), situação de emergência em saúde pública devido à epidemia de Dengue, que vem afetando o município e outras cidades da região noroeste paulista. O Decreto nº 5.829, publicado no Diário Oficial, também se estende ao combate a outras arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como a Chikungunya e a Zika.

O decreto estabelece uma série de medidas administrativas para conter a epidemia, incluindo a aquisição de materiais e insumos, a doação e cessão de equipamentos, além da contratação de serviços essenciais para atender a situação emergencial. A prorrogação de contratos e convênios administrativos voltados ao combate ao mosquito transmissor da Dengue, Chikungunya e Zika também está entre as ações previstas. A contratação temporária de servidores e a suspensão de atendimentos e cirurgias eletivas, avaliada a necessidade, serão realizadas para garantir a estrutura necessária no enfrentamento da crise de saúde pública.

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Entre as ações excepcionais previstas no decreto, destaca-se a suspensão de férias e folgas dos agentes de combate a endemias e agentes comunitários de saúde. Esses profissionais atuarão em conjunto para realizar atividades de visitação domiciliar e outras ações de campo destinadas ao controle da proliferação do mosquito Aedes aegypti. As medidas são uma tentativa de conter a disseminação das arboviroses e proteger a população de Santa Fé do Sul.

A situação da dengue em Santa Fé do Sul se agravou rapidamente, gerando preocupações entre autoridades de saúde. Nos primeiros 10 dias de 2025, o município registrou 211 notificações de casos suspeitos, sendo 72 confirmados, além de um óbito em investigação.

O surgimento do sorotipo 2 do vírus da dengue, após mais de 15 anos sem registros, ampliou ainda mais o risco para a população. As amostras coletadas confirmaram a circulação do sorotipo, o que torna a maior parte da população vulnerável à infecção. A presença de múltiplos sorotipos, como o tipo 3, também foi identificada em cidades vizinhas, aumentando as preocupações sobre a disseminação da doença.

Cidades do noroeste paulista também decretaram situação de emergência

Um total de 21 cidades do estado de São Paulo decretou situação de emergência por causa do aumento do número de casos de dengue. Nas duas primeiras semanas epidemiológicas deste ano, o estado já somou 18.100 casos prováveis da doença, com 4.340 confirmados e o restante está sob investigação. Há também 30 óbitos que estão em análise para a doença.

Só na primeira semana epidemiológica, entre 29 de dezembro de 2024 e 4 de janeiro deste ano, 7.201 casos prováveis da doença foram registrados no território paulista, aumento de 9,45% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 6.579 casos prováveis da doença.

Até o momento, os municípios que já decretaram emergência para dengue no estado de São Paulo foram Dirce Reis, Espirito Santo Do Pinhal, Estrela D'Oeste, Glicério, Guarani D'Oeste, Igaratá, Indiaporã, Jacareí, Marinópolis, Mira Estrela, Ouroeste, Paraibuna, Populina, Potirendaba, Ribeira, Rubineia, São Francisco, São José do Rio Preto, São José Dos Campos, Tambaú e Tanabi, informou a Secretaria de Estado de Saúde.