A Estância Turística de Santa Fé do Sul (SP), comemora neste 24 de junho, 77 anos de emancipação político-administrativa e celebra, também, os 21 anos da conquista do título de Estância Turística, marco que transformou profundamente a economia e a paisagem do município.

Origens ligadas ao sonho do petróleo e à expansão ferroviária

A história de Santa Fé do Sul começa em 1920, quando o major inglês John Byac Paget, representante de uma companhia petrolífera, comprou 32 mil alqueires da antiga Fazenda São José da Ponte Pensa. A região, localizada nas divisas de São Paulo com Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, era vista como promissora para a exploração de jazidas petrolíferas.

Com a Constituição de 1946, que determinou que o subsolo pertencia à União, os planos da empresa foram frustrados. No mesmo ano, a área foi adquirida pela Companhia Agrícola de Imigração e Colonização (Caic), interessada na expansão da Estrada de Ferro Araraquarense (EFA) até o rio Paraná.

Diante da crise econômica do pós-guerra, a EFA decidiu loteá-la em pequenas propriedades para estimular a agricultura e garantir movimentação de cargas para a ferrovia. Em setembro de 1946, nasciam as primeiras ruas do povoado e o comerciante espanhol Salvador Martins foi o primeiro a se estabelecer, abrindo uma casa comercial.

O nome Santa Fé foi escolhido por conter as iniciais de "Sales Filho", e a partícula "do Sul" foi acrescentada por lei para diferenciar de uma localidade homônima no Norte do Brasil.

Imagem: Reprodução/Arquivos

Estância Turística desde 2003: marco no desenvolvimento

A transformação mais significativa ocorreu em 2003, quando Santa Fé do Sul conquistou oficialmente o título de Estância Turística. Desde então, o município recebeu investimentos em infraestrutura, praças, parques e espaços públicos que se tornaram cartões-postais e ajudaram a atrair turistas de diversas regiões.

Entre os principais atrativos estão a Cidade da Criança, o Aquário Municipal, o Parque Ecoturístico das Águas Claras, o Parque Mario Covas, o Parque da Fepasa, além de museus como o da Imagem e do Som, o Museu Honório Carneiro e o Museu a Céu Aberto.

A cidade também se destaca por sua gastronomia regional, especialmente pratos à base de peixes como tilápia e porquinho, servidos em restaurantes à beira do lago e no centro urbano.

Turismo, economia e crescimento populacional

Com cerca de 36 mil habitantes, segundo a estimativa do IBGE para 2024, Santa Fé do Sul teve um crescimento populacional de 50,6% nos últimos 30 anos - o segundo maior da região imediata. O município é o mais populoso da microrregião e tem um PIB estimado em R$ 1,3 bilhão, com forte presença dos setores de serviços (59,7%), indústria (20,2%) e administração pública (16%).

O turismo náutico é um dos pilares da economia local. A cidade oferece centenas de ranchos para aluguel, marinas com passeios de barco pelo rio Paraná e prática de pesca esportiva, especialmente do tucunaré, que atrai turistas e movimenta negócios de hospedagem, alimentação, aluguel de embarcações e comércio especializado.

Infraestrutura e qualidade de vida

Com PIB per capita de R$ 41 mil, Santa Fé do Sul supera a média da sua região imediata e oferece uma estrutura urbana moderna, aliada a uma qualidade de vida que atrai novos moradores e investidores. O município se consolidou como um dos destinos mais procurados no noroeste paulista, tanto para turismo quanto para viver.

Neste aniversário de 77 anos, Santa Fé do Sul reforça seu papel como uma cidade que une história, desenvolvimento, hospitalidade e belezas naturais, mantendo-se como referência regional e estadual em qualidade de vida e potencial turístico.

Imagem: Reprodução/Arquivos