O Ministério Público (MP) denunciou quatro pessoas suspeitas de envolvimento em um esquema de cárcere privado, exploração sexual e tráfico de drogas em boates de Auriflama (SP). Dois homens estão presos preventivamente, uma mulher cumpre prisão domiciliar e um quarto suspeito está foragido, mas também foi denunciado. A Justiça acatou a denúncia e o processo corre em segredo.

As investigações começaram em março deste ano, depois da morte de uma mulher em uma boate da cidade. O caso, inicialmente tratado como suicídio, passou a ser investigado como homicídio ou indução ao suicídio. Durante as apurações, a polícia descobriu que mulheres em situação de vulnerabilidade eram atraídas para trabalhar nos locais, mas acabavam privadas de sair, sem acesso a água, comida e comunicação.

Os policiais apreenderam drogas, armas, celulares e cadernos de contabilidade - Imagem: Reprodução .

De acordo com a delegada Caroline Baltes, as vítimas eram obrigadas a consumir drogas vendidas pelos administradores das boates, contraíam dívidas e algumas chegaram a relatar estupros como forma de “quitar” o que deviam. Há indícios de participação de menores de idade no esquema.

“Os portões eram trancados. Quando tentavam sair, pulando o muro para comprar alimento, eram perseguidas e agredidas”, disse a delegada. A maioria conseguiu fugir e denunciar a situação à polícia.

Ao menos três boates foram identificadas como parte da organização criminosa. Nos locais, os policiais apreenderam drogas, armas, celulares e cadernos de contabilidade. Os estabelecimentos foram fechados e lacrados por determinação judicial.

No total, 36 policiais participaram da operação, que cumpriu sete mandados de busca e apreensão em Auriflama, Catanduva, Pereira Barreto (SP) e Aparecida do Taboado (MS). Quatro pessoas foram presas, duas delas em flagrante.

(Com G1)