A Polícia Civil de Ilha Solteira investiga o feminicídio da estudante Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos, desaparecida desde 12 de junho. Roberto Carlos de Oliveira, policial militar ambiental da reserva, e Marcos Yuri Amorim, namorado da vítima, estão presos temporariamente pelo crime. Os dois também teriam um de envolvimento amoroso.

Segundo o delegado Miguel Rocha, responsável pelo caso, Roberto Carlos foi ouvido no Presídio Romão Gomes, em São Paulo, e confirmou a morte de Carmen, mas negou qualquer participação na execução ou ocultação do corpo. Além disso, na quinta-feira, 31 de julho, a polícia encontrou alguns pedaços desse possível telefone dela, e os restos foram enviados para a perícia.

“O policial Roberto Carlos foi ouvido em São Paulo, estivemos no presídio Romão Gomes para ouvi-lo, e ele confirmou a morte da vítima Carmen. Ele acabou admitindo que ela foi morta, negou a prática do crime, porém trouxe mais informações ao caso, que propiciaram que a gente, fizesse buscas e encontrasse o celular que possivelmente é da vítima Carmen, destruído por um deles. Ele nega a participação no crime e também que tenha participado da ocultação do corpo, mas alega que foi o namorado dela, o Marcos, que a matou”, disse Rocha.

O celular foi localizado às margens de uma estrada vicinal, próximo ao bairro Ypê, com apoio da Guarda Civil Municipal. Roberto indicou a área onde o aparelho teria sido descartado.

“A gente acredita que o celular que foi encontrado seja do mesmo modelo da Carmen. Como ele está destruído e são apenas peças, encaminhamos para a perícia para ter certeza. Com relação aos detalhes de como ocorreu o fato, o Roberto disse que não presenciou o crime. Ele afirmou ter visto a vítima já morta no local e não soube, ou não quis, informar onde está o corpo”, explicou o delegado.

O celular foi localizado às margens de uma estrada vicinal - Imagem: Polícia Civil/Ilha Solteira

De acordo com a investigação, Carmen havia produzido um dossiê com possíveis crimes cometidos por Marcos Yuri, suspeito de integrar uma quadrilha especializada em furtos de fios e cabos na região. Ela teria exigido que o namorado assumisse publicamente o relacionamento, o que não aconteceu. A polícia apura se esse foi o motivo do crime.

“A gente acredita que ele saiba mais detalhes, mas está omitindo informações. Ele falou apenas o que lhe era conveniente no momento do depoimento. Vamos pedir a prorrogação da prisão temporária dos dois e ouvir novamente outras testemunhas citadas por ele, além de realizar diligências como a reconstituição da versão apresentada e aguardar laudos periciais”, afirmou Rocha.

A bicicleta elétrica que Carmen usava no dia do desaparecimento ainda não foi encontrada. Segundo o delegado, buscas foram feitas no Rio São José dos Dourados com apoio da Marinha e do Corpo de Bombeiros, mas sem sucesso.