Uma megaoperação realizada na manhã desta quinta-feira (27) cumpre um mandado de busca e apreensão em uma distribuidora de combustíveis em Catanduva (SP). A ação faz parte da Operação Poço de Lobato, que mira 190 suspeitos em cinco estados do país e no Distrito Federal por crimes como sonegação de impostos, lavagem de dinheiro e fraudes estruturadas.
Segundo a Receita Federal e a Controladoria-Geral, o mandado é cumprido em uma empresa de distribuição de petróleo. Equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Polícia Militar participam da diligência no local.

Os alvos investigados são suspeitos de integrar uma organização criminosa atuante no setor de combustíveis e de praticar crimes contra a ordem econômica e tributária. De acordo com as autoridades, a operação simultânea ocorre em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Maranhão e no Distrito Federal.
Batizada de Poço de Lobato, a ação mobiliza 621 agentes públicos, incluindo promotores de Justiça, auditores da Receita Federal, equipes das secretarias da Fazenda do estado e do município de São Paulo, além de policiais civis e militares.
A empresa Marangoni Petróleo, alvo da ação em Catanduva, foi procurada pela reportagem, mas não houve retorno até a publicação desta matéria.
A operação
A Operação Poço de Lobato investiga 190 empresas e pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa responsável por diversos crimes tributários, lavagem de dinheiro e outras infrações. Segundo o Ministério Público, o grupo empresarial Refit, um dos maiores do setor de combustíveis no país, é apontado como o maior devedor de ICMS do estado de São Paulo e figura também entre os maiores devedores da União.
A companhia possui núcleo no Rio de Janeiro e atuação nacional. As investigações indicam que, entre 2007 e 2024, as fraudes estruturadas de ICMS geraram prejuízo superior a R$ 9 bilhões apenas ao estado de São Paulo.
A ação é resultado de uma investigação do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de São Paulo (CIRA-SP), em parceria com a Receita Federal e a Procuradoria da Fazenda Nacional. As apurações também identificaram vínculos financeiros entre o grupo investigado e empresas alvo da Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto de 2025.
Segundo auditores da Receita Federal, o grupo movimentou mais de R$ 70 bilhões em apenas um ano, utilizando empresas próprias, fundos de investimento e offshores — incluindo uma exportadora no exterior — com o objetivo de ocultar e proteger os lucros gerados pelas atividades investigadas.

Com G1 e CNN