A Polícia Civil concluiu no dia 04 de setembro o inquérito que apura o desaparecimento e morte da estudante trans Carmen de Oliveira Alves, 26 anos. Carmen foi vista pela última vez em 12 de junho, após prestar uma prova da Unesp em Ilha Solteira. Até agora, o corpo da jovem não foi localizado. Agora promotoria tem até dez dias para oferecer a denúncia.
A Justiça de Ilha Solteira decretou, nesta sexta-feira (5), a prisão preventiva de Marcos Yuri Amorim, namorado de Carmen Oliveira, e do policial da reserva Roberto Oliveira.
Segundo o delegado Miguel Rocha, a investigação identificou como principais suspeitos o namorado da vítima, Marcos Yuri Amorim, e o policial militar ambiental da reserva, Roberto Carlos Oliveira. Ambos estão presos e foram indiciados por feminicídio, ocultação de cadáver, supressão de documento e fraude processual.

O policial ainda responderá por falso depoimento, após alterar sua versão durante o inquérito. Além dos dois, a polícia apontou outras três pessoas que serão responsabilizadas em atos auxiliares ao crime: duas por falso testemunho e uma por supressão de documento.
Durante as investigações foram realizadas duas reconstituições, uma com base na narrativa de Marcos Yuri e outra na versão apresentada por Roberto Carlos. A reprodução dos fatos no sítio indicado como local do crime seguiu a versão do namorado.
Conforme o delegado, a apuração apontou possíveis motivações, Carmen teria cobrado que o relacionamento com Yuri fosse assumido publicamente; ela descobriu que ele praticava furtos e montou um dossiê com provas no computador, informações que depois teriam sido apagadas; e existiria um triângulo amoroso envolvendo o policial ambiental, que, segundo a polícia, ajudou Yuri na prática do crime.
A Polícia Civil segue com diligências para localizar o corpo e aprofundar provas materiais e digitais que sustentem as acusações. As defesas dos indiciados ainda não se manifestaram oficialmente sobre os encaminhamentos do inquérito.