Um assalto a uma joalheria localizada na Avenida Conselheiro Antônio Prado, em Santa Fé do Sul (SP), na última sexta-feira (30), terminou com o criminoso preso em flagrante no mesmo dia. Apesar da rápida ação da Polícia Militar, o proprietário do comércio, Celso Tertuliano Oliveira, fez um desabafo sobre a recorrência desse tipo de crime e a sensação de impunidade que, segundo ele, incentiva novas ações criminosas.
Celso atua há mais de 20 anos no ramo de joias e contou que esta foi a quarta vez que seu estabelecimento foi alvo de assaltantes, duas delas à mão armada. “Infelizmente, estamos à mercê. A polícia faz seu trabalho, prende. Mas muitos nem ficam presos. Isso facilita para os bandidos. Não posso garantir que isso não vá acontecer de novo, e sei que vão voltar. Esse é meu ramo, e preciso seguir em frente”, afirmou.
O crime
O roubo aconteceu por volta das 14h12. O suspeito, usando boné e óculos escuros, entrou na loja, fingiu interesse em alguns produtos e, em seguida, sacou uma arma e anunciou o assalto. Ele fugiu levando uma bolsa com joias em uma picape VW Saveiro, estacionada nas proximidades.
A ação foi registrada pelas câmeras de segurança da loja, o que ajudou a polícia na identificação do criminoso. O proprietário também conseguiu anotar a placa do veículo usado na fuga e repassou a informação à Polícia Militar.
Com apoio das imagens da Guarda Civil Municipal, a Força Tática da Polícia Militar localizou o endereço do suspeito em Rubineia, cidade vizinha. No local, os policiais encontraram o veículo usado na fuga e, nos fundos do terreno, um mostruário com cerca de 197 peças de joias, entre gargantilhas, pulseiras e anéis.
Durante patrulhamento, o suspeito foi abordado em outro carro, junto a uma testemunha. Na casa dele, os policiais também apreenderam um simulacro de pistola (arma de airsoft), quatro munições (sendo uma deflagrada), R$ 300 em espécie e um celular. A polícia acredita que o valor em dinheiro seja resultado da venda de uma das joias roubadas.
O homem, identificado como Marcelo Dalolio Bonadi, já possuía antecedentes criminais e foi autuado por roubo com uso de arma de fogo e posse ilegal de munições. Ele preferiu permanecer em silêncio durante o depoimento, acompanhado de seu advogado, segundo o delegado Renan Ongarato.
Imagem: Reprodução/Circuito Interno
“Segurança 100% não existe”
Mesmo com a presença de câmeras de monitoramento e movimentação durante o dia, o assalto aconteceu em plena luz do dia. Para Celso, o episódio mostra o quanto o setor de joias é visado e como os criminosos se aproveitam das falhas do sistema.
“A gente tenta reforçar a segurança a cada vez que passa por isso. Mas 100% seguro não existe. A ação da polícia foi rápida e eficiente, e conseguimos recuperar cerca de 95% das joias. Ainda assim, fica o trauma e a sensação de vulnerabilidade”, finalizou.
O caso foi registrado na Central de Flagrantes de Santa Fé do Sul e segue sob investigação. O homem continua preso.