Dados da Secretaria Estadual de Saúde mostraram que, entre janeiro e junho de 2025, houve aumento de 33% nos diagnósticos de fibrose pulmonar na região noroeste paulista em comparação ao mesmo período de 2024. No âmbito do Departamento Regional de Saúde (DRS) de São José do Rio Preto foram registrados 60 procedimentos clínicos ambulatoriais e oito internações por fibrose pulmonar no primeiro semestre deste ano.
No primeiro semestre de 2024, a mesma área contabilizou 89 procedimentos ambulatoriais e seis internações; em todo o ano de 2023 houve 149 procedimentos ambulatoriais e 19 internações.
Em operação policial relacionada ao caso, foram apreendidas mais de 600 unidades de cigarros eletrônicos — produtos cuja venda é proibida no país. Segundo a polícia, a ação ocorreu após denúncias envolvendo adolescentes que, por complicações associadas ao uso desses dispositivos, chegaram a necessitar de transplante pulmonar.
Fibrose pulmonar
A fibrose pulmonar é uma doença marcada pela cicatrização progressiva do tecido pulmonar, que fica mais rígido e espesso, comprometendo a troca gasosa. Entre os sintomas mais comuns estão falta de ar, tosse seca persistente e limitação das atividades diárias. Além de inflamações, o uso de cigarros eletrônicos causa dependência de nicotina e eleva o risco de doenças como câncer de pulmão, enfisema, asma e, em casos graves, fibrose.
Enquanto um cigarro tradicional leva em torno de 1 mg de nicotina, um cartucho de e‑cigarro pode reunir cerca de 50 mg, o que, se consumido por dia, equivaleria a dezenas de cigarros. Os líquidos vaporizados contêm nicotina, propilenoglicol, glicerina vegetal e aromatizantes, e a combustão ou aquecimento dessas substâncias pode liberar compostos tóxicos que lesionam os alvéolos.
A fibrose pulmonar não tem cura e o tratamento depende da causa; em situações graves, o transplante de pulmão pode ser a única alternativa. Para detecção e acompanhamento, o médico recomenda avaliação periódica com tomografia de tórax e testes de função pulmonar.
