Alexandre de Moraes mantém prisão domiciliar de Jair Bolsonaro e cita risco de fuga

Ministro do STF rejeitou pedido da defesa para revogar medidas cautelares; Bolsonaro segue em prisão domiciliar desde agosto e aguarda publicação do acórdão para recorrer.

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Alex Santos
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Alexandre de Moraes mantém prisão domiciliar de Jair Bolsonaro e cita risco de fuga
Moraes afirmou que a manutenção das medidas é “necessária e adequada - Imagem: Reprodução

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, negou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para revogar a prisão domiciliar e outras medidas cautelares impostas no processo em que ele é réu.

O pedido foi apresentado em 23 de setembro, após a Procuradoria-Geral da República (PGR) oferecer denúncia sem incluir o ex-presidente no inquérito sobre ataques contra o Brasil, supostamente articulados pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Na decisão, Moraes afirmou que a manutenção das medidas é “necessária e adequada”, destacando não apenas a condenação de Bolsonaro na Ação Penal 2668, mas também “os reiterados descumprimentos das medidas cautelares, como bem pontuado pela PGR”.

O ministro ressaltou que, com a conclusão do julgamento do núcleo 1 da chamada trama golpista — no qual Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão, inicialmente em regime fechado — e diante do “fundado receio de fuga do réu”, torna-se indispensável a continuidade da prisão domiciliar e das cautelares “para garantir a aplicação da lei penal e da decisão condenatória do Supremo”.

Segundo Moraes, as medidas visam “compatibilizar de maneira razoável, proporcional e adequada a Justiça Penal e o direito de liberdade”. A decisão foi proferida nesta segunda-feira (13).

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, mas ainda não cumpre pena, pois o acórdão da Primeira Turma do STF ainda não foi publicado. A defesa poderá apresentar recurso após a publicação.

Pedido de visita médica

Os advogados do ex-presidente solicitaram que ele possa receber visita médica em casa, alegando agravamento de episódios de soluço.

De acordo com a defesa, Bolsonaro apresentou “agravamento de episódios persistentes de soluços, motivo pelo qual se requer apreciação urgente do pedido”.

No fim de setembro, o ex-presidente enfrentou uma crise semelhante e chegou a cogitar internação hospitalar. Segundo o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o pai teve quatro episódios de vômito, sendo acompanhado durante a noite pelo médico da família.